05/04/2010

Trilhos do Almourol - 2010





Foi no passado dia 7 de Março que participei na minha maior loucura deportiva até ao momento, e essa loucura foi correr o trail Trilhos do Almourol, organizado pelo CLAC, clube aqui do Entroncamento. Era uma prova destinada a ter 35 Km, mas que devido ao mau tempo que se fez sentir nos dias anteriores á prova, a organização viu-se obrigada a alterar algumas partes do percurso que estava previsto inicialmente, o que fez com que este acabasse com cerca de 40km.

No dia da prova, dirigi-me bem cedo pra levantar o dorsal, numa tenda que a organização tinha montado no Complexo Desportivo do Entroncamento. Por volta das 8h30, sairam os autocarros em direcção á Aldeia do Mato, já antes tinha saido o pessoal da caminhada pra ir apanhar o comboio que os ia deixar em Tancos, de onde iam partir. Também nesta altura, sairam os autocarros com o pessoal que ia fazer o Mini Trail de 19 Km e que partiam de Constância. Chegados á Aldeia do Mato, localidade situada nas margens da Albufeira de Castelo de Bode, foi tempo de fazer um pequeno aquecimento, pra depois nos deslocarmos para o ponto de partida, onde foi feito um pequeno briefing pelo José Brito.




Lá partimos, saindo pouco depois do alcatrão e entrando num estradão de terra em direcção aos trilhos. Depois la fomos passando em plena natureza, em paisagens unicas, metendo os pés na lama, percorrendo caminhos onde só passava um de cada vez, o que permitia que os atletas falassem uns com os outros em amena cavaqueira, e sempre com a paisagem da albufeira como pano de fundo. Bonita esta parte do percurso, principalmente a parte em que passavamos por quintais. E quando demos por nós, já tavamos a passar o paredão da barragem, no fim do qual estava o primeiro abastecimento. Depois foi descer em direcção ao rio, e poder comtemplar de outro angulo, as descargas de água feitas pela barragem.





Depois da barragem, foi sempre a correr junto ás margens do Zêzere, ora por trilhos naturais, ora por um estradão, mas sempre em plena natureza e com o rio ali mesmo ao lado. Quando se chegou á foz do Nabão, local onde se cruzam os dois rios, era a altura pra passar pra outra margem, através de uma ponte militar montada para o efeito.



Depois de ultrapassado o rio, era altura de subir mais um bocado, passar uma estrada de alcatrão e entrar em novos trilhos que nos levariam até mais um abastecimento (14 Km). Depois de me ter refrescado, retorno aos trilhos, agora no meio de eucaliptais, depois mais umas hortas com muita lama, até que se passa na aldeia das Limeiras, depois mais uns trilhos com mais lama e muita água e já se está a passar por baixo da A23, Constância já está bem perto. É no miradouro que se encontra mais um abastecimento, podendo-se resfrescar o corpo com liquidos e a mente com a paisagem. É daqui que saio com o companheiro Pedro Ribeiro da zona de Sintra, e que vai ser a minha companhia até ao fim. Saimos em direção á Praia do Ribatejo, por mais uns caminhos no meio das hortas, com mais lama, muita lama, até que chegamos á linha do comboio e passamos o apeadeiro, continuando sempre até que se avista já o castelo de Almourol bem lá no meio do Tejo. Aqui tivemos um pequeno engano, pois deixamos de ver as fitas, mas logo retomamos o percurso previsto. Nisto já estamos a passar ao lado do moinho e a chegar á localidade de Tancos, no qual estava mais um abastecimento com bastantes liquidos e sólidos. Depressa deixamos Tancos pra trás, e retomamos os trilhos cheios de lama e as subidas que já começavam a fazer mossa. É nesta parte da prova que para mim estavam as maiores didiculdades.



 Lá percorremos uns eucaliptais, até que chegamos ao último abastecimento (33,5 Km), e se as forças já não eram muitas, com menos fiquei quando pessoal da organização nos diz pra contar-mos com mais uns 7 Kms. É também a partir daqui que começo a ter cãibras, mas aos poucos lá vamos.



Após fases a correr e fases a andar (malditas cãibras), lá passamos a localidade da Atalaia, e eu só tento mentalizar-me que o fim está cada vez mais próximo. Depois de percorrida uma estrada de alcatrão, e ultrapassada a linha de comboio, era altura de percorrer mais uns trilhos de terra mesmo ao lado da A23, local onde ultrapassamos uns 3 companheiros que iam num ritmo mais lento do que o nosso. E com isto já se estava a chegar ao parque do Bonito, no qual tinhamos que passar a ribeira por dentro de água, pra refrescar as pernas para os metros finais. Deixamos a terra e entramos no jardim onde estava instalada a meta.




Por fim resta apenas dizer que foi uma grande experiência, que quero repetir. Terminei os 40Kms na 110ª posição da geral em 174 que terminaram, com o tempo de 4h:48m:48s.

Um agradecimento especial ao CLAC pela excelente organização, e ao Zé Brito em especial. É nos pormenores que se marca a diferença. Um agradecimento também ao amigo Pedro Ribeiro, pela companhia e força animica que deu na parte final da prova.

Fotos de AMMA, Barros Simões, Jorge Santos, José Brito e Pedro Ribeiro.


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